Elon Musk pode salvar o dólar americano? - Terça-feira, 13 de agosto de 2024

Elon Musk pode salvar o dólar americano?

por James Hickman
em 13 de agosto de 2024

Eu fui uma das milhões de pessoas que ouviram a conversa ao vivo ontem à noite entre Elon Musk e Donald Trump.

E se você perdeu, Trump era Trump. Você sabe exatamente o que está acontecendo com ele, e não houve nenhuma grande revelação.

Elon, por outro lado, pareceu um cidadão genuinamente preocupado que reconhece os problemas que o país enfrenta e fica exasperado porque as pessoas no comando não estão implementando soluções de senso comum.

Sinceramente, sinto pena do cara; Elon é criticado como um maluco de direita radical... e há pessoas que literalmente querem colocá-lo na prisão por causa de suas opiniões.

Mas ontem à noite ele disse coisas como:

– “o sistema legal deveria proteger o público de criminosos violentos”
– “queremos cidades seguras e limpas”
– “queremos fronteiras seguras”
– “queremos gastos governamentais sensatos”
– “queremos restaurar tanto a percepção quanto a realidade do respeito no sistema judicial”
– “sou pró-meio ambiente, mas não acho que devamos difamar a indústria de petróleo e gás”

Esses claramente não são valores radicais, e meu palpite é que a maioria das pessoas no país provavelmente concordaria com seus valores.

Cerca de uma hora após o início da ligação, Elon descreveu o que ele acha que traria prosperidade de volta aos Estados Unidos:

1) “Resolva os gastos excessivos do governo”. 

Ele explicou corretamente que déficits governamentais extremos criam inflação… então, se você realmente quer controlar a inflação, você tem que parar de gastar.

Em teoria, isso não deveria ser difícil.

O Departamento do Tesouro espera arrecadar quase US$ 5 trilhões em impostos neste Ano Fiscal (que termina em 30 de setembro ). E US$ 5 trilhões é uma quantia absurda de dinheiro.

Há apenas cinco anos (AF2019), US$ 5 trilhões teriam sido suficientes para pagar TODOS os gastos federais e ainda teríamos um superávit de mais de US$ 500 bilhões para começar a pagar a dívida.

Então, se eles tivessem simplesmente congelado os gastos nos níveis do AF2019, mesmo após o ajuste para inflação e taxas de juros mais altas, US$ 5 trilhões em receita tributária este ano ainda deveriam ser suficientes para impedir que a dívida nacional crescesse ainda mais. E isso sem fazer cortes significativos nos gastos do governo.

Mas os gastos aumentaram em quase 50% em cinco anos. O governo está 50% melhor? Os contribuintes recebem 50% mais serviço? Claramente não. Eles apenas deixaram os gastos saírem do controle sem nenhum benefício proporcional para o contribuinte.

2) Desregulamentar.

O segundo ponto de Elon foi que muitas regulamentações são destrutivas e não fazem sentido. Volumes e volumes de regras impedem as empresas de inovar, impedem os cidadãos de serem produtivos. E é disso que o país realmente precisa para ser próspero: inovação e produtividade.

E esses foram seus dois grandes pontos… e que se um governo puder fazer essas duas coisas, o futuro pode ser muito mais brilhante.

Ele está certo, e a matemática claramente apoia essa visão.

Várias administrações presidenciais ao longo do tempo aumentaram ou diminuíram as regulamentações. Quando houve reduções no número de regulamentações, a produtividade econômica dos EUA tende a aumentar e o crescimento geral do PIB aumenta. Durante períodos de crescentes regulamentações (como agora), a produtividade diminui.

Maior produtividade significa que a economia cresce mais rápido. E uma economia de crescimento mais rápido significa mais receita tributária para o governo. Combinado com restrições de gastos, isso deixaria bastante dinheiro sobrando para pagar a dívida... ou simplesmente reservar para um dia chuvoso.

Imagine ser capaz de obliterar uma grande ameaça à nação, ou reforçar a segurança da rede elétrica, ou dar suporte a um aliado, sem ter que se endividar? É inimaginável, dadas as finanças nacionais de hoje. Mas com crescimento real da produtividade e gastos sensatos, é absolutamente uma realidade.

Não fazer AMBAS as coisas provavelmente resultará em um resultado muito ruim para os Estados Unidos.

Se a dívida continuar crescendo fora de controle e os reguladores governamentais continuarem a restringir a produtividade, será extremamente difícil imaginar que o dólar americano continue sendo a principal moeda de reserva do mundo.

Gastos deficitários contínuos e uma dívida nacional crescente criarão ainda mais inflação e farão com que governos estrangeiros, bancos centrais e empresas percam a confiança no dólar. Isso já está acontecendo... e é uma das razões pelas quais o ouro está pairando perto de sua alta histórica.

O status de reserva global do dólar americano é um dos principais benefícios financeiros da América. Perdê-lo seria desastroso... e a abordagem de Elon é praticamente a única maneira de salvá-lo.

Isso vai acontecer?

Com Kamala, acho que não há chance nenhuma. Ela não me parece alguém que vai cortar gastos e cortar regulamentações. Bem pelo contrário. Então, honestamente, se ela vencer, acho que o jogo acabou naquele ponto. A América não tem mais quatro anos para desperdiçar sob o governo dos Idiotas Inspirados.

Com Trump, acho que há uma chance. Mas muita coisa terá que dar certo, então o resultado está longe de ser certo.

Honestamente, é por isso que faz sentido ter um Plano B. E não digo isso como um slogan ou aforismo vazio.

Como Elon disse ontem à noite, “Acho que estamos em uma encruzilhada na estrada do destino da civilização.” Não acho que seja um exagero; as diferenças nos resultados potenciais são monumentais. Qualquer pessoa racional deve considerar as consequências prováveis… e tomar medidas sensatas para reduzir o impacto.

Os impostos podem disparar. Mas há maneiras completamente legítimas de mantê-los baixos e reduzir o que você deve.

A inflação pode facilmente disparar. Mas você pode se proteger contra a inflação com ativos reais (muitos dos quais estão absurdamente baratos agora).

Há muitos outros exemplos; a questão é que realmente é hora de pensar claramente sobre como navegar no caminho à frente.