Atualizações sobre o mais recente desenvolvimento e integração do BRICS Pay

BRICS Pay: as últimas atualizações de desenvolvimento e integração

O próprio sistema BRICS Pay é baseado em blockchain, o que significa que opera em um Distributed Ledger. Não é uma Moeda Digital do Banco Central (CNDC) ou uma Criptomoeda.

Redação
6 de dezembro de 2023

Com todas as convulsões geopolíticas e económicas que acontecem numa base diária que parece acelerada, muitas vezes detalhes importantes perdem-se na urgência de outros eventos. Nas últimas semanas temos visto os BRICS crescerem de forma constante, e apenas o fórum Belt & Road mostrou resultados claros e orientados para objectivos, apesar dos opositores. Um aspecto que não está a ser suficientemente reconhecido é o progresso constante daquilo que alguns chamaram de “sonho irrealizável” financeiro, nomeadamente a plataforma Brics Pay. Na verdade, foram feitos progressos substanciais,  informa o InfoBRICS .

O Brics Pay até divulgou um vídeo mostrando uma garrafa de vinho sul-africano sendo comprada em uma loja de Moscou usando o aplicativo móvel Brics Pay.

Parece que o Brics Pay foi agora lançado como uma nova plataforma de liquidação financeira. Espera-se e é visto como um veículo que irá alterar o volume de comércio e o volume de transações financeiras entre os membros do BRICS, facilitando os pagamentos.

Os BRICS originais   incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A partir de janeiro do próximo ano, provavelmente se juntarão a eles a Argentina e cinco países influentes do MENA: Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.

Os pagamentos e transações, entretanto, não serão denominados em dólares americanos. Em vez disso, os países membros do BRICS estão concentrados na desdolarização e na utilização das suas respectivas moedas nacionais. O novo sistema Brics Pay provavelmente acelerará este processo.

O próprio sistema Brics Pay é baseado em blockchain, o que significa que opera em um Distributed Ledger. Não é uma Moeda Digital do Banco Central (CNDC) ou uma Criptomoeda. Ele foi projetado como um serviço digital que não possui uma moeda única aceitável – ele foi projetado para que qualquer uma das moedas dos membros do BRICS possa ser usada. O principal objetivo é permitir transações comerciais e financeiras entre os países do BRICS, contornando o dólar dos Estados Unidos e o euro, e reduzindo a dependência dos sistemas financeiros ocidentais, como o SWIFT.

Dois dos membros dos BRICS – a Rússia e o Irão – já foram desligados da rede SWIFT e tiveram activos financeiros estrangeiros congelados, enquanto ameaças nesse sentido também foram feitas ocasionalmente a alguns dos outros, incluindo a China. Isto colocou uma maior urgência no desenvolvimento de um sistema alternativo, ao mesmo tempo que se planeia contrariar futuras potenciais sanções financeiras políticas.

O Brics Pay esforça-se, portanto, por substituir eficazmente a funcionalidade SWIFT, ao mesmo tempo que dá aos países membros o controlo sobre as suas finanças, onde nenhum interveniente terceiro seria capaz de retirar deles as redes globais de transacções financeiras, nem confiscar os seus activos financeiros.

O Brics Pay atende a vários propósitos principais, principalmente pagamentos transfronteiriços de comércio internacional entre empresas, investimentos e microfinanças. Este é um passo importante para tornar o comércio entre os países membros fácil e contínuo e capaz de realizar transações em tempo real, pois é um sistema baseado em blockchain. O novo sistema mostra que as nações BRICS levam a sério o seu objectivo de se afastarem tanto quanto possível do dólar dos Estados Unidos; e evitar pressões políticas/económicas. O Brics Pay foi adotado por diversas instituições e empresas nos países BRICS, e a lista não para de crescer.

O Banco Estatal da Índia lançou um aplicativo móvel baseado no Brics Pay para transações transfronteiriças, enquanto o Sberbank da Rússia fez parceria com o Brics Pay para que seus clientes façam pagamentos transfronteiriços. Da mesma forma, o banco VTB da Rússia também integrou o Brics Pay nos seus sistemas, permitindo aos seus clientes fazer pagamentos rápidos e seguros para outros países do BRICS.

O Banco da China integrou o Brics Pay nos seus sistemas, tal como o ICBC, com sede em Pequim, um dos maiores bancos da RPC. Também adotou o Brics Pay para transações transfronteiriças. No Brasil, a Petrobras começou a usar o Brics Pay também para transações internacionais. Na base do Brics Pay está o Novo Banco de Desenvolvimento (por vezes referido como Banco BRICS, uma vez que é propriedade colectiva dos países membros do BRICS), onde todas as transacções financeiras entre as nações do BRICS são processadas.

No entanto, o BRICS Pay não se restringe apenas aos BRICS. O Standard Chartered Bank do Reino Unido integrou o Brics Pay na sua plataforma de pagamento digital para permitir que os seus clientes façam pagamentos para outros países do BRICS.

Fonte: Diplomacia Moderna