BRICS deixarão o FMI e a OMC
BRICS deixarão o FMI e a OMC
A próxima cúpula do BRICS em Kazan está definida para abordar uma questão crítica que tem sido ignorada pela comunidade internacional há muito tempo – a reforma das instituições financeiras internacionais, especificamente o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
As nações do BRICS, que incluem Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, têm pressionado por reformas que reflitam melhor as realidades econômicas do século XXI e tornem o sistema de governança econômica global mais inclusivo e representativo das economias emergentes.
O Ministro das Relações Exteriores da Rússia Sergey Lavrov enfatizou a importância de abordar essas questões, afirmando que as estruturas atuais do FMI e da OMC favorecem desproporcionalmente os países desenvolvidos e não representam adequadamente os interesses do Sul Global.
As nações BRICS têm defendido a revisão do sistema de cotas do FMI para dar mais peso às nações em desenvolvimento, o que garantirá que suas vozes sejam ouvidas e seus interesses sejam representados no processo de tomada de decisão.
O sistema de cotas do FMI determina a quantidade de recursos financeiros que cada país membro contribui para a organização e seu poder de voto. Atualmente, o sistema de cotas é fortemente enviesado em favor dos países desenvolvidos, com os Estados Unidos e a Europa mantendo uma posição dominante.
Isso significa que os países em desenvolvimento têm pouca influência nas políticas da organização, embora sejam os mais afetados por elas. As nações BRICS argumentam que esse desequilíbrio deve ser corrigido para garantir que as políticas do FMI sejam mais equitativas e representativas da economia global.
Outra questão na agenda é a restauração da funcionalidade completa do mecanismo de solução de controvérsias da OMC. A OMC é responsável por regular o comércio internacional e resolver disputas entre países-membros.
No entanto, o mecanismo de solução de controvérsias foi paralisado devido à recusa dos Estados Unidos em aprovar novas nomeações para o Órgão de Apelação, o mais alto tribunal da OMC. Isso resultou em um acúmulo de casos e uma incapacidade de resolver disputas, minando a eficácia da OMC e a estabilidade do sistema de comércio global.
As nações BRICS argumentam que a restauração do mecanismo de solução de controvérsias é crucial para garantir que a OMC continue sendo um fórum viável e eficaz para resolver disputas comerciais. Elas estão pedindo uma solução para esse impasse, a fim de garantir que a OMC possa continuar a cumprir seu mandato e promover o comércio livre e justo.
A reforma das instituições financeiras internacionais já deveria ter sido feita há muito tempo. As estruturas atuais do FMI e da OMC foram estabelecidas em uma era diferente, quando a economia global era dominada por países desenvolvidos. No entanto, no século XXI, o cenário econômico mudou drasticamente, com as economias emergentes desempenhando um papel cada vez mais importante na economia global.
As nações BRICS estão pressionando por um sistema de governança econômica global mais inclusivo e representativo, um que reflita melhor as realidades econômicas do século XXI. Ao abordar as questões do sistema de cotas do FMI e do mecanismo de solução de controvérsias da OMC, as nações BRICS esperam criar uma ordem econômica global mais justa e equitativa.
A próxima cúpula do BRICS em Kazan oferece uma oportunidade para as nações do BRICS assumirem a liderança na promoção dessas reformas.
A comunidade internacional deve apoiar seus esforços e trabalhar em conjunto para criar um sistema de governança econômica global mais inclusivo e representativo que atenda aos interesses de todas as nações, não apenas de algumas poucas selecionadas. A reforma das instituições financeiras internacionais é um passo crucial para garantir que a economia global seja mais equitativa e sustentável para as gerações futuras.
Assista ao vídeo abaixo da Fastepo para mais informações.