O fim do Fiat, das stablecoins e o acerto de contas do ouro
Em uma versão contundente e resumida da entrevista, Zang desmonta a narrativa econômica oficial, argumentando que os bancos centrais estão perdendo rapidamente o controle dos próprios dados em que se baseiam. A discussão revela uma profunda lacuna de credibilidade que, segundo Zang, sinaliza o fim inevitável do sistema monetário atual e o início de uma era financeira radicalmente diferente.
Se você está baseando sua segurança financeira em relatórios oficiais do PIB e números manipulados do IPC, considere isso um sinal de alerta urgente.
O perigo mais imediato identificado na conversa é a lacuna alarmante entre a narrativa econômica oficial e a realidade vivenciada pelo consumidor médio.
Somos constantemente bombardeados com manchetes positivas — um Federal Reserve "dovish", narrativas estáveis sobre os preços dos imóveis e baixos índices de desemprego. No entanto, a verdade subjacente é que os consumidores estão profundamente estressados e o mercado de títulos do Tesouro dos EUA permanece extremamente frágil.
Zang aponta para uma tendência preocupante: os dados econômicos estão se tornando sistematicamente não confiáveis. Revisões de dados são cada vez mais necessárias, a transparência está diminuindo e o caráter político das estatísticas é evidente. Quando os bancos centrais não conseguem confiar em suas próprias métricas e o público é deixado a arcar com os riscos de um mercado artificialmente sustentado, a confiança entra em colapso.
Essa lacuna de credibilidade não é apenas um inconveniente; é um sinal de estupidez para o sistema existente. A tese central é simples: não se pode navegar em uma economia instável com dados disfuncionais e politicamente motivados. Estamos realmente "voando às cegas".
Enquanto grande parte do mercado se concentra nos impulsionadores tradicionais da inflação, Zang destaca um novo e surpreendente catalisador para o colapso monetário: as stablecoins.
Stablecoins, ativos digitais atrelados a moedas fiduciárias como o dólar americano, são frequentemente vistos com bons olhos. No entanto, Zang argumenta que sua proliferação poderia acelerar drasticamente uma onda de hiperinflação e atuar como mecanismo de transição durante a transição para um novo sistema global.
Essa ameaça surge da fragilidade sistêmica dos ativos subjacentes — frequentemente títulos do Tesouro dos EUA — que lastreiam esses tokens. À medida que o risco sistêmico no setor bancário tradicional e no mercado de títulos do Tesouro aumenta, uma corrida às stablecoins pode rapidamente transmitir e amplificar a volatilidade por toda a estrutura monetária, potencialmente levando à rápida criação e desvalorização do dinheiro digital durante um momento de crise.
A mudança para moedas digitais de bancos centrais (CBDCs) e ativos digitais representa uma profunda transição monetária. Zang alerta que aqueles que detêm ativos fiduciários tradicionais podem enfrentar perdas devastadoras à medida que essa transição se acelera, impulsionada por catalisadores digitais como as stablecoins.
Em um ambiente de extrema fragilidade sistêmica, a atenção inevitavelmente se volta para ativos considerados portos seguros. A análise de Zang dedica foco significativo à discrepância entre o mercado oficial de ouro e a realidade física.
Acredita-se que o preço oficial à vista do ouro seja fortemente distorcido pela predominância da negociação em papel (futuros e derivativos) sobre as reservas físicas genuínas. Essa supressão artificial mantém os preços abaixo do que a demanda real pelo metal físico determinaria.
O movimento em direção ao ouro e à prata físicos é a declaração definitiva do mercado sobre o futuro do sistema monetário global. Quando a demanda muda de títulos de papel facilmente manipuláveis para metais tangíveis, a exposição do preço real e subvalorizado do ouro torna-se um gatilho iminente que abalará profundamente a confiança do mercado.
Por que investidores inteligentes e o público continuam se apegando a um sistema que mostra uma falha sistêmica clara?
Zang aborda a perigosa muleta psicológica do “hopeium” — a esperança irracional de que os reguladores e as autoridades centrais, de alguma forma, conseguirão arquitetar um pouso suave ou consertar com sucesso as falhas subjacentes.
A tendência humana é frequentemente evitar ações dolorosas até que seja tarde demais. Apegar-se a sistemas monetários fiduciários falhos, apesar das evidências claras de seu fracasso iminente, é um erro crítico que perpetua comportamentos de risco. Quando a redefinição do mercado chegar, aqueles que confiam na esperança e em promessas no papel sofrerão o impacto da devastação financeira.
O momento de transformar riqueza líquida em ativos tangíveis e duradouros — principalmente ouro e prata físicos — é agora, antes que a lacuna de credibilidade exploda em uma crise de liquidez em larga escala.
Quer entender todas as implicações da mineração de dados, do risco das stablecoins e como se posicionar para a inevitável reinicialização financeira?
Assista à entrevista completa do Kitco News com Lynette Zang para mais insights e informações.
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