Novo sistema BRICS PAY: como o BRICS redefinirá o poder monetário global

 



Novo sistema BRICS PAY: como o BRICS redefinirá o poder monetário global  



A aliança BRICS está a liderar uma campanha ambiciosa para remodelar o cenário financeiro global.


No centro da sua estratégia está a redução do domínio de longa data do dólar americano.


A importância desta mudança não pode ser exagerada, pois representa uma potencial ruptura sísmica nos equilíbrios de poder económico internacional.



Movimento de desdolarização ganha impulso

Depois de se expandir para incluir dez nações em Agosto de 2023, a aliança BRICS acelerou os seus esforços para se afastar do dólar americano.


Isto envolve duas estratégias principais: primeiro, promover o comércio entre si em moedas locais, evitando assim a necessidade de transacções baseadas em dólares; segundo, o desenvolvimento de uma moeda específica dos BRICS, concebida para competir directamente com o dólar americano à escala global.


Os membros fundadores, Rússia e China, têm sido particularmente pró-activos, celebrando acordos para conduzir o comércio bilateral nas suas moedas locais.


Esta estratégia visa minar o papel do dólar americano como principal moeda de reserva e o seu domínio no comércio internacional.



A difícil batalha contra o domínio do dólar

Apesar destes esforços, o dólar mantém um papel dominante nas finanças globais. A sua utilização generalizada no comércio internacional, no investimento e nas reservas reforça a sua posição.

O desafio dos BRICS é formidável; abandonar uma moeda que está profundamente enraizada nos sistemas financeiros globais exige não apenas a criação de alternativas, mas também convencer os intervenientes globais a adoptarem essas alternativas, que poderão ser mais dispendiosas e menos eficientes.



Influência financeira limitada devido às instituições ocidentais

Embora os países BRICS representem colectivamente uma parte significativa da produção e do consumo mundial em vários sectores, a sua influência nas finanças globais permanece limitada.


Esta discrepância deve-se em grande parte ao controlo que os EUA e os seus aliados detêm sobre os principais instrumentos e instituições financeiras.


Por exemplo, o dólar dos EUA continua a desempenhar um papel importante nos mercados monetários e de crédito globais, na facturação do comércio internacional e na formação de reservas cambiais oficiais.


Além disso, os EUA mantêm uma influência considerável nas principais instituições financeiras globais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial.



BRICS PAY: Renovando a infraestrutura de pagamentos internacionais

Os países BRICS não procuram apenas criar uma moeda alternativa, mas também reformar a infra-estrutura de pagamentos internacionais.

O sistema BRICS PAY proposto visa integrar sistemas de pagamentos tradicionais com tecnologias financeiras inovadoras, incluindo moedas digitais do banco central e finanças descentralizadas.

O objectivo deste sistema é facilitar as trocas directas entre as moedas nacionais dos estados membros, eliminando a necessidade de conversão intermediária em dólares americanos.

Isto reduziria os custos de transação e os tempos de processamento, tornando o comércio dentro do bloco BRICS mais eficiente.



Equidade cambial para o patrimônio financeiro global

As nações BRICS também estão focadas na criação de um sistema financeiro global mais justo. O seu objectivo é desenvolver um quadro para liquidações mútuas nas suas próprias moedas, o que ajudaria a redistribuir os fluxos financeiros internacionais de forma mais equitativa.


Esta abordagem visa corrigir desequilíbrios estruturais na economia global, onde o sistema actual beneficia desproporcionalmente as nações desenvolvidas em detrimento dos mercados emergentes.


Ao permitir liquidações nas suas próprias moedas, os países BRICS esperam canalizar recursos financeiros para indústrias prioritárias e reduzir a sua dependência económica do dólar.



Conclusão

O esforço concertado dos países BRICS rumo a um mundo desdolarizado representa uma tentativa ousada de redefinir a ordem financeira global.


Esta iniciativa, embora repleta de desafios, tem o potencial de alterar significativamente o panorama das finanças internacionais, marcando uma mudança de um sistema centrado nos EUA para um mundo financeiro mais multipolar.