Refletores no espaço poderiam fazer com que fazendas solares na Terra funcionassem também ao anoitecer e ao amanhecer

 




Refletores no espaço poderiam fazer com que fazendas solares na Terra funcionassem também ao anoitecer e ao amanhecer


21 DE JANEIRO DE 2024


Vários refletores orbitais poderiam fornecer energia solar utilizável à superfície exatamente quando ela é mais necessária, todos os dias.
Refletindo o futuro: Refletores orbitais para impulsionar a energia solar

A procura de energia atinge o pico nas primeiras horas da manhã e da noite, alturas em que as instalações solares terrestres não podem contribuir de forma eficaz. No entanto, investigadores na Escócia sugerem que a diminuição dos custos dos lançamentos orbitais poderia tornar viáveis ​​grandes refletores espaciais para alimentar estes intervalos críticos.


Uma visão alternativa da energia solar espacial


Em vez de instalar enormes painéis fotovoltaicos no espaço para transmitir energia à Terra, propõe-se colocar em órbita grandes estruturas espelhadas. Essas estruturas refletiriam mais energia solar em direção à superfície terrestre, sendo captada pelas instalações existentes.


Um conceito com história


A ideia de refletores orbitais não é nova. Hermann Oberth já o propôs em 1929, vendo-o como uma forma de iluminar as cidades, proteger as colheitas das geadas noturnas e até mesmo tornar as regiões nórdicas habitáveis ​​durante os seus longos e escuros invernos. No entanto, ele também alertou sobre possíveis usos militares desta tecnologia.

Em 1993, cientistas russos demonstraram que o conceito era viável com o espelho espacial Znamya-2, que refletia a luz fraca visível da Europa.





O Projeto Solspace: Uma oportunidade atual

A Universidade de Glasgow acredita que agora é o momento certo para desenvolver seriamente refletores solares. Empresas como a SpaceX prometem reduzir os custos de lançamento orbital, tornando estes refletores comercialmente viáveis.

O projeto Solspace envolve o envio de vários satélites com refletores para uma órbita alta sincronizada com o sol. Cada satélite implantaria um refletor hexagonal feito de Kapton aluminizado, cobrindo uma área total de 162.380 m².

Esses refletores poderiam ser direcionados em órbita usando giros controlados eletricamente, permitindo que áreas específicas da Terra fossem iluminadas por aproximadamente 17 minutos por passagem, fornecendo cerca de 34-36 MWh de energia adicional.


Impacto na poluição luminosa e nos custos


A equipa de Glasgow garante que os refletores não causariam perturbações significativas em termos de poluição luminosa. Estima-se que a iluminação não ultrapassaria o nível de um dia nublado e seria breve.

Em termos de custos, o projecto Solspace visa um custo nivelado de energia (LCoE) de aproximadamente 70 dólares por MWh de geração solar reflectida a partir do espaço, assumindo uma vida operacional de 20 anos e custos de lançamento de 232 dólares por quilograma.

Com a redução dos custos de lançamento graças a inovações como os foguetes reutilizáveis ​​Falcon 9 e Starship da SpaceX, a viabilidade de refletores solares orbitais parece cada vez mais viável. Além de alimentar parques solares, estas estruturas poderiam ter outros usos, como combater geadas ou iluminar cidades.

Os refletores orbitais representam uma solução inovadora e promissora para expandir a capacidade de energia solar, especialmente durante os horários críticos do amanhecer e do anoitecer. Com a tecnologia espacial avançando rapidamente, poderíamos estar à beira de uma revolução na geração de energia solar.




Mais informações: Universidade de Glasgow