Revisitando a crise monetária global de 2008 porque ela está voltando com força total este ano




Revisitando a crise monetária global de 2008 porque ela está voltando com força total este ano




À medida que entramos num novo ano, o fantasma da crise monetária global de 2008 ainda paira sobre o sistema financeiro fiduciário.


Mais de quinze anos se passaram, mas o terremoto financeiro que abalou o mundo em 2008 nunca foi resolvido. Foi apenas “encoberto”, preparando o cenário para um final grandioso e catastrófico que derrubará a grande experiência global do sistema de dívida em moeda fiduciária que começou em 1971 (quando os Estados Unidos terminaram a sua ligação ao ouro).


A crise de 2008 não foi apenas mais uma crise financeira; representou uma mudança sísmica que transcendeu os limites de activos ou sectores específicos.


Ao contrário de uma bolha de activos como a crise das pontocom de 2000, que afectou principalmente indústrias específicas, o colapso de 2008 foi uma catástrofe monetária global.


Foi além da desvalorização de alguns activos; mesmo os activos fundamentalmente sólidos tiveram de ser revalorizados para baixo devido a uma grave escassez de dinheiro para os adquirir. Esta escassez de fundos levou a uma crise de liquidez mundial, impactando a circulação de dinheiro em todo o sistema financeiro internacional.

O que tornou a crise de 2008 diferente foi o seu carácter global. A crise estendeu-se para além dos Estados Unidos, afectando o panorama financeiro global através do mercado de eurodólares.


O mercado do eurodólar, apesar do nome, não tem a ver com a Europa; envolve a circulação de dólares americanos fora dos Estados Unidos e desempenhou um papel fundamental na crise. A escassez de dólares neste mercado internacional teve um impacto de longo alcance, levando a uma crise de liquidez que afetou a circulação mundial de dinheiro.


Os bancos europeus foram enredados nesta escassez de dólares, resultando numa onda gigantesca de saídas de fundos, que foi além dos empréstimos inadimplentes e representou uma luta pela liquidez no sistema financeiro global.


Avançando para 2024, os tremores secundários de 2008 ainda se fazem sentir.


As ondas de choque económicas da pandemia da COVID-19 induzidas pelo governo apenas serviram para exacerbar os desafios existentes decorrentes da crise de 2008.


Os bancos centrais continuam a debater-se com as repercussões a longo prazo, com discussões e ações que indicam preocupações contínuas sobre um regresso às sombrias consequências da crise.


Estas acções não são apenas ajustamentos económicos; reflectem uma preocupação persistente quanto ao impacto prolongado da crise na economia global.


Para o leitor não financeiro, é crucial reconhecer que a crise monetária global de 2008 não é apenas um acontecimento histórico – é uma questão contínua com profundas implicações para a estabilidade e o funcionamento do sistema financeiro global.