China acaba de lançar sistema de pagamento na África para substituir o dólar americano

 

China acaba de lançar sistema de pagamento na África para substituir o dólar americano


A China revelou uma estratégia ousada e transformadora para a África, posicionando o continente não apenas como um parceiro comercial, mas também como a plataforma de lançamento fundamental para suas ambições de expandir o uso internacional do yuan chinês (CNY) e desafiar fundamentalmente o domínio de longa data do dólar americano. Essa iniciativa representa um esforço abrangente para remodelar a governança do comércio global e alterar o cenário monetário fundamental.

No cerne dessa estratégia está um acordo comercial sem precedentes com 53 países africanos, garantindo às suas exportações acesso isento de tarifas ao vasto mercado chinês. Este acordo é muito mais do que um simples pacto comercial; é uma alavanca meticulosamente elaborada para diminuir a centralidade do dólar americano no comércio global.

O atual clima geopolítico tem levado muitas nações, incluindo as da África, a reconsiderar sua profunda dependência do dólar americano. Essa apreensão decorre de sua associação com políticas imprevisíveis dos EUA, da ameaça de guerras comerciais e do formidável poder de redes financeiras controladas pelo Ocidente, como a SWIFT, para congelar ativos e aplicar sanções. Para as nações africanas, frequentemente marginalizadas ou excluídas de parcerias comerciais significativas com os EUA, o incentivo para explorar alternativas é particularmente forte.

Consequentemente, eles estão recorrendo cada vez mais ao Sistema de Pagamentos Interbancários Transfronteiriços (CIPS) da China para facilitar o comércio diretamente em yuan. Isso evita completamente o dólar americano, resultando em custos de transação reduzidos e riscos mitigados associados à volatilidade do dólar e às sanções ocidentais.

As principais economias africanas já sinalizam uma mudança continental em direção à desdolarização. Países como África do Sul, Nigéria, Egito e Angola adotaram proativamente acordos comerciais e swaps cambiais baseados em yuan. Essa transição é ainda mais reforçada pela potencial inclusão dessas economias no bloco expandido dos BRICS, ampliando o papel da África na emergente ordem financeira multipolar.

Ao contrário das abordagens ocidentais tradicionais, o modelo de engajamento da China com as nações africanas é caracterizado por parcerias de desenvolvimento personalizadas, com foco em benefícios mútuos e investimentos significativos em infraestrutura. Um exemplo claro é o investimento de US$ 350 milhões da China na agricultura angolana, com o objetivo de diversificar sua economia, afastando-a da dependência excessiva do petróleo, demonstrando um compromisso com a resiliência econômica a longo prazo.

Além das mudanças cambiais imediatas, a queda da confiança no dólar americano também está alimentando tendências econômicas mais amplas. A valorização do ouro e do Bitcoin como reservas alternativas de valor reflete uma busca global por estabilidade financeira fora das moedas fiduciárias tradicionais. Esse cenário em evolução também destaca o surgimento de novas inovações financeiras, alavancando tecnologias como blockchain e criptoativos como Solana, como exemplos de uma fronteira financeira em rápida transformação.

A abordagem multifacetada da China — combinando comércio livre de tarifas, projetos de infraestrutura cruciais e alternativas financeiras viáveis como o CIPS — repercutiu amplamente em toda a África. Essa estratégia contrasta fortemente com a percepção de que os EUA estão se afastando de um envolvimento significativo no continente. Ao oferecer às nações africanas novos caminhos para o crescimento econômico e maior soberania nas finanças globais, a China não está apenas promovendo seus próprios interesses, mas também catalisando uma mudança histórica na dinâmica do poder econômico global.

Em essência, a estratégia abrangente da China na África marca um momento decisivo na evolução do poder econômico global. A adesão da África à China não só oferece ao continente oportunidades sem precedentes de crescimento e desenvolvimento, como também serve como um catalisador crucial para uma mudança mais ampla, afastando-se do domínio do dólar americano, anunciando um sistema financeiro global mais multipolar e diversificado.