Contra o Sistema? Ou contra ao que ele se tornou?
Contra o Sistema? Ou contra ao que ele se tornou?
Muitos se declaram “contra o sistema” como se fosse possível viver fora dele. Mas a verdade é que o sistema, em sua essência, é uma estrutura necessária para a convivência social, a organização e a sobrevivência em grupo.
O problema não é o sistema, é o que fizeram dele. O que devemos combater não é a existência de ordem, mas a distorção dela em favor de poucos: o sistema corrupto, manipulador, que opera nas sombras para manter privilégios e oprimir os demais.
Afinal, falar em “sair do sistema” enquanto usamos rodovias, internet e serviços públicos é um paradoxo que só reforça o quanto estamos todos interligados; o desafio real é impedir que essa engrenagem seja capturada por interesses espúrios.
Estar desperto não é negar toda estrutura, mas reconhecer onde ela foi corrompida. É fácil cair na retórica do “anti-sistema”, porém o verdadeiro despertar exige discernimento para identificar o que deve ser reformado, não destruído.
Quem se dá ao trabalho de investigar percebe que o poder se reproduz por meio de leis enviesadas, burocracias opacas e narrativas que culpabilizam o indivíduo enquanto absolvem corporações e políticos.
Desconfiar, portanto, não significa por exemplo rejeitar hospitais públicos ou redes de energia; significa questionar por que hospitais viram balcões eleitorais e concessões de energia se convertem em monopólios que drenam o bolso do cidadão.